
Por Eduarda Iannuzzi
Em relação ao acontecimento desta quinta-feira (07/04), na escola de Realengo - Rio de Janeiro, estou solidária às vítimas e suas famílias. A dor é imensurável, imagino. A parte que mais me chocou foi a carta grotesca e totalmente sem noção. Não acredito que esse homem (Wellington) tenha sido um “lesado”, pois premeditou o assassinato de forma coerente, sem que ninguém desconfiasse. Porém, em sua carta, expressou total distúrbio em relação aos valores da vida. Não se sabe os motivos que ele tinha. Há relatos de que o bullying foi a causa para tanta barbaridade, mas nada concreto. O fato é que nenhum motivo justifica tamanha atrocidade. O passado de Wellington não tem ligação com o presente e não tem porque ter acontecido uma ação tão estúpida quanto essa. É totalmente inadmissível.
Na carta há expressões como “impuros não podem me tocar” ou então “nenhum fornicador ou adúltero poderá ter contato direto comigo”. Como uma pessoa tão má pode julgar os outros como impuros? Qual o significado de adúltero na cabeça desse marginal? E o pior, ainda pede para que Deus o perdoe. Então ele tinha a consciência do que iria fazer? Deixou bem claro. Existem lapsos de loucura, mas não é aquela loucura de não saber a gravidade da situação. Ele sabia tudo do antes, do meio e do fim. Só tem uma explicação: ele era psicopata. Essa doença é caracterizada por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza e insensibilidade aos sentimentos alheios. Por isso a manipulação do ocorrido foi feita com tanta falta de remorso. Essas disfunções cerebrais são consequências de um homem que não tinha amigos, era sozinho na vida, e sua compaixão só existia para/com os animais em que ele cita na carta: “os animais são seres muito desprezados e precisam muito mais de proteção e carinho do que os seres humanos que possuem a vantagem de poder se comunicar”, e ainda pede para que as pessoas tenham bom senso de ajudá-lo ao que se refere à utilização da sua casa como abrigo para eles.
A conclusão que chego ao ler essa carta é que os interesses em matar as crianças contradizem ao que ele pensava em relação à vida. Como tirar vidas de pessoas e querer proteger a vida de animais? Uma pessoa dessas não merece o perdão, tampouco ser defendida. Quantas almas estão em apuros por causa de um ato tão displicente? Quantas tristezas nos corações de parentes e de próximos que presenciaram os momentos? Um tiro na cabeça foi pouco para a sua morte, ele teria que sofrer muito mais nas mãos das pessoas inocentes, essas que tiveram perdas danosas e que possuem a sede de justiça. Lamento toda vez que penso sobre esse assunto. O que fica são os traumas eternos nas lembranças de todos e na história do Brasil.
Um comentário:
E o que fica na nossa cabeça, agora, são as intermináveis interrogações. A interminável busca por entender a cabeça de quem mata inocentes, de sofrer junto com as familias e tentar melhorar pelo menos o nosso mundo.
Deus tenha dó dessas crianças, e que as familias sejam consoladas por Ele.
Otimo post, Duda, é comovente.
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