
Uma ascensão que vem acontecendo rapidamente
A luta feminina por espaço no “mundo” esportivo não é atual. A história polêmica da participação das mulheres nos esportes é tão antiga quanto os Jogos Olímpicos da Grécia, onde só os homens competiam e as mulheres nem mesmo assistiam aos jogos. O grande problema é conseguir vencer essa batalha e deixar de lado a discriminação ainda existente nesse meio.
A partir do momento em que, Claudia Carceroni, a primeira ciclista do sexo feminino, participou dos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992, algumas mudanças repercutiram diretamente nos programas esportivos da telinha. As mulheres vieram para soltar o verbo; começaram a entender de basquete, rali, fórmula 1 e futebol. Aos poucos conseguiram mostrar suas habilidades que muitos não conheciam.
"... O que é uma mulher? Eu lhes asseguro, eu não sei. Não acredito que vocês saibam. Não acredito que alguém possa saber até que ela tenha se expressado em todas as artes e profissões abertas à habilidade humana".
Virginia Woolf
Diante disso, as mulheres nunca mais ficaram para trás, pelo contrário, cada vez mais estão se comportando como verdadeiras profissionais na área esportiva, principalmente no futebol: “Na verdade, eu decidi fazer Jornalismo pra trabalhar com esportes. É o que eu queria há cinco anos quando eu comecei a faculdade e é o que eu quero hoje”. Explica Thais Marques dos Santos, 23 anos, formada em Comunicação Social/Habilitação em Jornalismo, pela Universidade de Sorocaba, São Paulo.
Experiente cobrindo times do Rio no site do Nilson Cesar, ela diz ter sido bacana, mesmo que de longe, e ressalta que para ser jornalista esportiva é necessário largar o “clubismo”: “Aprendi a falar sobre Flamengo, Vasco e Botafogo e não só de Fluminense, e aprendi a ser imparcial também, que em minha opinião, é o que falta no jornalismo esportivo de hoje, em todos os veículos”.
Em geral, aquelas que estão à frente do jornalismo esportivo não deixam de fazer parte do imenso grupo de amantes e praticantes femininas de esportes. “As mulheres que trabalham no Jornalismo Esportivo estão mostrando que merecem estar onde estão. A área já não é tão masculina como antes, e sempre estão aparecendo novas mulheres fazendo grandes reportagens”, diz Thais. Apesar desse avanço, ela alerta: “O preconceito ainda existe, infelizmente, e eu ainda penso que vai perdurar por muito tempo, por isso as mulheres precisam provar muito coisa ainda, mas acredito que estamos no caminho certo.”
A Jornalista afirma que para “entrar na esportiva”, é preciso ter punho forte e muita determinação: “E um fato que me marcou muito foi na hora de entrevistar o Celso Roth, treinador do Vasco. Eu olhei pra ele e vi todos aqueles homens ao redor dele, perguntando, questionando e eu pensei em uma forma de chegar até ele porque eu precisava entrevistá-lo. Pra mim foi um desafio, porque eu era a única mulher no meio deles, e eu tive que chegar mesmo, empurrando um pouquinho daqui, até que conseguir falar com o Roth. Fiquei super aliviada.”
Para as mulheres, sempre foi difícil conquistar cargos em que os homens dominam. Porém, na atualidade, conseguir ultrapassar esses obstáculos está sendo uma tarefa árdua com resultados gratificantes. Caso deixem as “pressões” de lado, Thais ainda espera que elas possam chegar mais longe: “Algumas jornalistas são famosas, dão furos de reportagem, já garantiram seu espaço dentro do Jornalismo Esportivo, mas eu ainda gostaria de ver uma mulher sendo comentarista de futebol, por exemplo. Não somente apresentando um programa ou sendo repórter de campo.” Não há nada que as mulheres sejam proibidas de fazer, ainda mais quando é um prazer exercer o dom na profissão escolhida. A participação feminina no esporte e a credibilidade do jornalismo esportivo estão nas mãos delas.
Por Eduarda Iannuzzi
2 comentários:
sabias palavras eduarda, Parabéns pela matéria.
Adorei muito Dudaaa... não fica se achando não, essa ja eh a terceira vez que eu vou falar que vc eh sensacional hoje, irmããa :)
te amo e MUITO SUCESSO NESSA CARREIRA QUE PROMETE !
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Carol Scoralick
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